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Tornar o crédito e os serviços financeiros acessíveis às diversas classes de renda e empresas é o principal desafio dos bancos que atuam no Brasil no cenário de crescimento que se desenha. O aumento da demanda, a inclusão bancária e a ampliação dos canais de distribuição estão entre as ações que têm norteado o dia a dia daqueles que manejam o negócio de intermediação no País.
Como a relação crédito/PIB de restringe-se a 26,7%, é consenso entre os representantes da área de que a fatia está muito aquém das potencialidades nacionais.
Segundo o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, é preciso transformar a tomada de empréstimos num ato corriqueiro. "Nos últimos meses tomamos várias atitudes no sentido de desenvolver mecanismos de ampliação do acesso como convênios de empréstimos consignados, parcerias com redes de varejo, criação do correspondente bancário e microcrédito. Por efeito, o volume de crédito já apresenta mais dinamismo", disse.
Nas eleições promovidas pela revista Balanço Anual, o grupo Bradesco aparece nas três categorias do Fórum de Líderes Empresariais: Imagem Empresarial, Líder Estadual e Setorial.
O mote do crescimento dos bancos no Brasil será justamente o varejo, segundo o presidente do HSBC (líder estadual pelo Paraná), Emilson Alonso, já que as grandes empresas têm mecanismo de financiamento via mercado de capitais.
"O acesso ao crédito será a válvula de alavancagem econômica no biênio 2004-2005", diz o executivo.. "A onda do consignado traz fôlego novo para a economia", afirma Emilson Alonso.
De fato, as operações de crédito pessoal tiveram incremento de 46%, a R$ 46,7 bilhões em 12 meses encerrados em fevereiro, a despeito do aumento do juro primário de 16% para 19,25% ao ano.
Boa parte do bolo já é representada pelo empréstimo consignado, que atingiu R$ 13,6 bilhões, ou 29% do estoque na modalidade. No mesmo intervalo de tempo, as operações com recursos livres (incluindo o crédito às empresas) cresceu 24,3%, para R$ 284,5 bilhões.
Tal evolução se deu em meio a um ciclo de aperto monetário e a questão que se apresenta, segundo a presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo (líder empresarial setorial), é a redução dos juros e dos "spreads" bancários. "A oportunidade é o aumento da demanda. Se conseguirmos sustentar esse crescimento do mercado, as empresas e as pessoas tomam mais crédito e esse volume cresce junto com o PIB."
Para a executiva, a informalidade das empresas ainda é um complicador, mas os bancos que possuem pequenas e médias redes têm conseguido integrar cada vez mais o esse nicho de mercado.
Nesse contexto, o banqueiro Francisco Jaime Nogueira Pinheiro Filho (líder empresarial setorial, no pleito promovido por Balanço Anual), do Banco BMC, destaca o papel das instituições menores como financiadores da média empresa brasileira.
"Esse setor é provavelmente um dos mais carentes de financiamento do Brasil, pois é muito suscetível às mudanças econômicas e boa parte das empresas não tem balanços auditados o que dificulta a concessão do crédito", diz.
E com o horizonte de aperto de margem que virá com o eventual afrouxamento monetário, os grandes conglomerados financeiros também terão que diversificar o bolo de resultados por meio de suas subsidiárias.
A inclusão bancária traz oportunidades nas empresas de consórcio, cartão e diversos tipos de seguros.
"Os seguros populares serão determinantes tanto para o crescimento do setor quanto para a postura de cada companhia no mercado", diz o presidente da Bradesco Seguros, Luiz Carlos Trabuco Cappi (líder empresarial setorial)."
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