As notícias de novas emissões brasileiras no exterior e a
concretização de operações esquentaram os negócios dos bancos ontem. De fato,
foram captados US$ 720 milhões por Petrobras, Itaú e BMG. Ainda entre os fatos
estão a nova captação do ABN Amro de US$ 50 milhões e a contratação pelo Grupo
Votorantim do mesmo ABN para fazer o prospecto de uma emissão de até US$ 200
milhões.
Entre os rumores, eram fortes os comentários de que o UBS
Warburg foi o banco contratado para emitir papéis de três anos da Sabesp.
Procurada por este jornal, a empresa nem confirmou e nem negou a notícia. Outra
emissão cuja liderança os bancos estão disputando é a da Telesp Celular, que
pode captar entre US$ 100 e US$ 200 milhões em papéis, segundo fontes dos
próprios bancos.
Todas estas operações estão sendo sustentadas pela
vigorosa demanda dos papéis brasileiros no exterior. O risco Brasil medido pelo
JP Morgan, que no ano passado já chegou a ficar acima dos 2000 pontos, ontem
caiu abaixo dos 700 pontos-base durante o dia.
A consistência desse
mercado otimista é que vai determinar a conclusão ou não da operação do Grupo
Votorantim. De acordo com o diretor financeiro da empresa, Nelson Shimada, ainda
levará cerca de 40 dias para que o programa de emissões fique pronto e que só
então a empresa vai avaliar se vale a pena emitir. Nelson Shimada quer lançar
entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões, se o juro ficar a contento para um
prazo superior a dois anos.
Por enquanto, com a queda do risco Brasil, a
tendência é cada vez maior de que os juros para os emissores também caiam. O
Itaú, por exemplo, captou US$ 150 milhões, três vezes mais que a oferta inicial,
pagando um rendimento de 5,05% ao ano pelo papel que vence em 18 meses. No
começo do ano, chegou a pagar 6,25% por títulos de 11 meses. O responsável pela
área internacional do banco, Paulo Soares, diz que a demanda chegou a ir além do
total captado.
Garantia de exportação
Boa demanda também tiveram
os títulos com garantia de exportações da Petrobras, emitidos sob a liderança do
Citibank e BBVA. Os operadores de mercado dizem que a demanda chegou a US$ 1,5
bilhão. A empresa captou US$ 550 milhões para pagar em 12 anos. O rendimento
ficou em 6,436% ao ano, ou o equivalente à taxa do títulos do Tesouro americano
de cinco anos mais um prêmio de 3,65% ao ano. A liquidação financeira acontece
no dia 21 de maio. Segundo informou a assessoria de imprensa, os recursos serão
usados para projetos de investimentos, mas sem destinação específica.
A
Petrobras pretende ainda fechar outra tranche da mesma operação no total de US$
250 milhões, que terá cobertura de risco político. Segundo fontes do mercado
financeiro, a operação não foi concluída porque as seguradoras ainda não estão
liberando apólices para risco Brasil.
O diretor do Itaú, Paulo Soares,
diz que seu banco pretende fazer uma operação nestes moldes - em que o banco dá
a garantia de seu fluxo externo de recursos - mas a decisão envolve a abertura
das seguradoras para o Brasil. "O custo final total fica muito melhor com o
seguro", disse Soares. "E não há seguro para Brasil neste momento". Os recursos
da emissão finalizada ontem ficarão a princípio em sua agência de Grand Cayman e
não vão ingressar no Brasil. A operação foi liderada por Standard Bank, Itaú
Europa e Itaú Bank. Os recursos foram distribuídos entre Europa, Estados Unidos
e América Latina para investidores private banking, fundos e tesouraria dos
bancos. Já o BMG conclui uma captação de US$ 20 milhões, em papéis de um ano,
com rendimento a 9% ao ano.
3 É O NUMERO DE CONTRATOS PERMITIDOS PARA A CONCESSÃO DO CRÉDITO CONSIGNADO PREFEITURA DE SÃO PAULO-PMSP-IPREM |
PMSP |
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IPREM |
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GCM |
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HSPM |
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