Para dar vazão ao reforço de
"funding" que ganhou no acordo de cessão de R$ 2 bilhões em créditos para o
Bradesco, o Banco BMC está ampliando a sua distribuição. A instituição selou
parceria com a Rede Fácil, empresa gestora de pontos no varejo que atuam como
correspondentes bancários, para oferta do empréstimo com desconto em folha de
pagamento a aposentados e pensionistas do INSS. De início, serão 95 pontos de
venda, situados em 28 municípios do Vale do Paraíba, em São Paulo.
"Nos
convênios com órgãos públicos, prefeituras, Exército, Marinha ou Aeronáutica, o
banco sabe onde o cliente está, mas na consignação do INSS não, porque os
aposentados - estima-se que sejam 19 milhões - estão espalhados pelo país", diz
o executivo de Governo e Consignação do BMC, Alex Sander Gonçalvez. "A rede de
distribuição é fator fundamental para o sucesso ou não de uma instituição
financeira nesse campo."
A expectativa do executivo é de que ao cobrir
uma região como o Vale do Paraíba, com cerca de 4 milhões de habitantes, o BMC
atinja a produção prevista de R$ 60 milhões mensais no acordo com o Bradesco,
válido por três anos. Por enquanto, os desembolsos situam-se entre R$ 30 e R$ 35
milhões. Toda a rede de distribuição do BMC é terceirizada e até aqui era
composta por 150 correspondentes em todo o Brasil.
Segundo o presidente
da Rede Fácil, Fernando Cabral, só nos pontos conveniados de municípios do Vale
do Paraíba há um fluxo cativo de 800 mil pessoas por mês que realizam algum tipo
de transação junto aos lojistas parceiros. A expectativa do executivo é de, num
prazo de seis meses, produzir R$ 10 milhões mensais em operações de crédito
consignado para o Banco BMC.
"A rede mantém contratos com
concessionárias de serviços públicos e em alguns deles é a recebedora
prioritária das contas dos consumidores residenciais, o que gera um fluxo quase
que compulsório para esses pontos", diz Cabral. A Bandeirante Energia, que atua
na região do Alto Tietê e Vale do Paraíba, por exemplo, cortou o convênio com as
lotéricas e agora concentra a arrecadação pela Rede Fácil. Na lista de empresas
conveniadas ainda estão Brasil Telecom, Cerj, CEB, CPFL, CTBC, Elektro,
Embratel, Ligth, Eletropaulo Metropolitana, Grupo Rede, Piratininga, Sabesp,
Telefônica e Telemar, entre outras.
Na briga pelo consignado de INSS
vários namoros tiveram curso no mercado. Primeiro, envolvendo nomes de peso como
Bradesco, Itaú e HSBC que se associaram a bancos de menor porte, especializados
neste nicho. Alguns vão tentar o vôo solo como o Unibanco. O ABN Amro Real
anuncia hoje um acordo de compra de carteira de consignação. Mas mesmo entre as
instituições pequenas, as associações têm sido bem-vindas.
O Banco BGN,
do Grupo Queiroz Galvão, firmou parceria com o Lemon Bank para oferta de crédito
na rede de correspondentes em Pernambuco e São José do Rio Preto, avançando em
seguida para outras cidades do Sudeste e Nordeste. "O foco será em INSS em
função da capilaridade", diz o diretor-geral do Lemon, Michael Esrubilsky. A
expectativa é gerar, em três anos, R$ 700 milhões para o BGN.
Amplia rede para a oferta de consignado |
Gazeta Mercantil - 17/03/2005-São Paulo, |
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