O Banco Industrial do Brasil fechou na última sexta-feira
captação de US$ 10 milhões, coordenada pela BCP Securities, engrossando a lista
dos bancos de menor porte que obtiveram sucesso para levantar recursos no
mercado internacional este ano. Ainda que o volume dessas emissões represente o
valor de apenas uma operação de um grande banco - foram captados em 2003, até
agora, cerca de US$ 200 milhões por sete instituições de pequeno e médio porte
-, o movimento mostra que há espaço para novos nomes.
Tanto é que mais
um banco quer aproveitar o grande fluxo de dólares disponível para os mercados
emergentes. O Banco Cruzeiro do Sul se prepara para lançar US$ 10 milhões em
papéis de um ano, informa Samy Podlubny, diretor da BCP, que também está
coordenando essa colocação. "Na próxima quarta, iniciaremos o road show na
Europa", diz. O programa, informa, totaliza US$ 50 milhões.
Os papéis do
Industrial saíram com taxa de retorno de 7,5% ao ano - a mínima oferecida pelo
banco - e foram comprados por 23 diferentes instituições, entre "private
banking" e "hedge funds", informa o diretor da BCP. "Para uma tranche de US$ 10
milhões, a distribuição foi bastante pulverizada", ressalta.
O diretor
da BCP acrescenta que o Industrial poderia ter ampliado o valor da emissão, já
que a demanda ficou na casa dos US$ 14 milhões e o programa de captações prevê
US$ 50 milhões. "Mas, o banco decidiu esperar pela segunda tranche, em fevereiro
de 2004", afirma. Os recursos, segundo Podlubny, entram no caixa do emissor
nesta quinta-feira e serão destinados a operações de crédito.
Dos bancos
de menor porte, o BMG foi a instituição que mais acessou o mercado inernacional.
De um programa de US$ 120 milhões, o banco emitiu US$ 67 milhões, também sob a
coordenação da BCP. Foram quatro tranches em 2003. "Ao longo do ano, o banco
conseguiu reduzir o custo de suas captações e alongar prazos", destaca Podlubny.
Na primeira tranche, em maio, foram emitidos US$ 25 milhões em papéis de um ano
e rendimento de 8,5% ao ano. A segunda, de US$ 15 milhões e prazo de um ano,
garantiu rendimento menor, de 7,5%. As duas seguintes - de US$ 13 milhões e US$
14 milhões - tiveram seus prazos ampliados para 18 meses e pagaram 6,25% e 5,75%
ao ano, respectivamente.
O Banco Rural fez sua estréia no mercado
externo neste ano, com US$ 50 milhões em bônus de um ano. Os papéis saíram com
cupom de 5% ao ano, ao preço de 100% do valor de face. Também emitiram em 2003 o
BicBanco (US$ 10 milhões); o Modal (US$ 23 milhões); o BMC (US$ 25 milhões); e o
Banif Primus (€ 20 milhões).
Gazeta Mercantil - 01/12/2003 |
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