O Banco BMC encerrou o primeiro semestre de 2004 com lucro
líquido de R$ 13,1 milhões, um crescimento de 68% sobre os ganhos apurados no
mesmo intervalo do ano passado. Com tal desempenho, a instituição garantiu aos
seus acionistas retorno anualizado de 11,4% sobre o patrimônio líquido de R$
229,9 milhões. Os ativos de crédito cresceram 40,3% em relação a junho de 2003 e
15% sobre a base de dezembro, chegando a R$ 1,2 bilhão. Para o segundo semestre,
a expectativa da vice-presidente do banco, Andréa Pinheiro, é obter expansão
adicional de 17%.
Segundo ela, a reorientação do BMC para o "middle
market", segmento voltado para o atendimento às médias empresas, mudou o mix do
portfólio (61,4% dirigido a empresas e 38,6% às pessoas físicas). Com o ajuste
no timão, houve aumento mais acentuado da carteira de crédito no nicho de pessoa
jurídica, com expansão de 56% em 12 meses e 32% entre janeiro e junho, com R$
735 milhões. Deste portfólio, 42%, ou R$ 310 milhões, são representados por
operações garantidas por recebíveis. "A estratégia visa à pulverização do risco
e dá preferência a operações com garantias de alta liquidez", afirma.
Em
contrapartida, os empréstimos destinados às pessoas físicas aumentaram menos:
20,8% entre junho de 2003 e junho de 2004 e apenas 7% no semestre, pela
desistência do BMC de operar no crédito ao consumo via balcão na Credicerto ou
no financiamento ao lojista, concentrando-se nas carteiras de consignação com
desconto em folha de pagamento e financiamento à compra de veículos. A carteira
distribuída pela promotora de vendas totalizava R$ 464 milhões ao fim de junho.
Entre um exercício e outro, o resultado da intermediação financeira caiu
27,6%, totalizando R$ 67,4 milhões, em função da queda dos juros na ponta, após
a redução de mais de dez pontos percentuais da Selic, a 16% ao ano. "Houve
aperto dos spreads", lembra Andréa.
Os ativos totais tiveram um
incremento de 49,4%, a R$ 2,2 bilhões, enquanto os depósitos cresceram 30,2%,
para R$ 1,0 bilhão. O índice de Basiléia estava em 13,7%, acima dos 11% exigidos
pelo Banco Central (BC). Segundo Andréa Pinheiro, a alavancagem sobre o
patrimônio atual comporta a expansão orçada para a carteira em 2004. Mas com o
intuito de reforçar a capitalização para o ano que vem, o BMC planeja a
estruturação de um fundo de recebíveis. "O fundo está em fase de formatação e
não deve vir a mercado antes de dezembro".
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