BMG teve lucro 205% maior em 2004 e já é o 1º em crédito a aposentados
Autor: Liane Thedim
Fonte: O Globo, 10/07/2005, O País, p. 4

Mudança na lei permitiu convênio do INSS com banco, que não paga benefícios

O Banco de Minas Gerais (BMG), envolvido no escândalo do mensalão por ter concedido empréstimo de R$2,4 milhões ao PT avalizado pelo publicitário Marcos Valério, se tornou um fenômeno a partir do ano passado. De instituição de pequeno porte pouco conhecida do público em geral, passou a ser detentora de uma carteira de R$3,7 bilhões em financiamentos e encerrou o ano com lucro líquido 205% maior que o de 2003.

O principal motivo do crescimento foi sua expansão no segmento de crédito consignado (com desconto em contracheque) a servidores públicos e, a partir de agosto de 2004, a aposentados e pensionistas do INSS. O BMG foi o primeiro banco privado a fechar convênio com o instituto (a Caixa Econômica começou em março de 2004, mas é estatal) e tem hoje a maior participação do total de 3 milhões de empréstimos a segurados, mesmo sem pagar um só benefício do INSS: 36,6%, o que corresponde a R$2,57 bilhões em créditos e 1,13 milhão de endividados, até o dia 13 de junho, segundo o Ministério da Previdência. A Caixa vem em segundo lugar, com 27,3%.

A entrada do BMG neste mercado foi possível graças a uma mudança na lei que regulamenta o crédito consignado feita pelo governo no início de agosto, que acabou com a exigência de o empréstimo ser