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BNDES capta US$ 1 bilhão; Daycoval lança eurobônus
Autor: Lucchesi , Cristiane Perini
Fonte: Valor Econômico, 29/05/2008, Finanças, p. C3

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou a sua primeira operação de captação externa do governo Lula, no valor de US$ 1 bilhão. Lançou papéis de vencimento em dez anos e pagou rendimento de 237,50 pontos básicos sobre os títulos do Tesouro dos EUA.

Embora o banco seja grau de investimento por duas agências de classificação de risco de crédito, a Moody's e a Standard & Poor's, e o governo federal do Brasil apenas pela Standard & Poor's, o BNDES acabou pagando um prêmio 97,5 pontos percentuais maior do que o do Tesouro Nacional em emissão realizada no dia 7 de maio. O prêmio pago pelo BNDES é mais condizente com os emissores de seu rating, "BBB-" pela Standard & Poor's e "Baa3" pela Moody's. O Tesouro é que pagou excepcionalmente pouco.

O rendimento dos papéis ficou em 6,369% ao ano, em operação liderada pelo Morgan Stanley e Citigroup. O cupom (juro nominal) também é de 6,369% ao ano, pois os títulos saíram ao preço de 100% do valor de face.

O BNDES tem um bônus de taxa flutuante de mesmo valor de US$ 1 bilhão que vence em 16 de junho. Os recursos captados agora serão usados para pagar o vencimento. A emissão está sendo feita pela National Development Company, uma subsidiária do BNDES no mercado externo.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que o US$ 1 bilhão será usado para completar o volume de recursos necessários para os desembolsos do banco para esse ano, estimados em R$ 80 bilhões. "Não estou preocupado com o funding deste ano, estou preocupado apenas com o funding de 2009 e 2010", afirmou.

O interesse dos investidores pelos títulos chegou a US$ 3 bilhões, em 120 diferentes contas. Os principais compradores foram dos Estados Unidos e Brasil, seguidos pela Europa e Ásia. Participaram da compra bancos, companhias de seguros, pessoas físicas e fundos de investimento.

O Banco Daycoval escolheu o HSBC, o Santander e o ABN AMRO para liderar operação de captação externa de vencimento em dois anos, segundo investidores. A idéia é levantar cerca de US$ 100 milhões, que seriam repassados no mercado interno de crédito. O Fibra definiu que pretende pagar cerca de 7,25% ao ano aos investidores por títulos de vencimento em três anos que estão à venda no mercado, no total de US$ 100 milhões, sob o comando do Banco Standard de Investimento e Banco Santander. O Banco Real participa da operação como co-líder.

O Dresdner Bank também prepara a emissão de títulos para bancos médios no exterior, segundo revelou Glenn Peebles, responsável por finanças corporativas e mercado de capitais. Segundo ele, a maior parte das operações realizadas hoje para os bancos brasileiros de médio porte ainda são para o investidor pessoa física endinheirado da área de private banking das instituições financeiras. "É um mercado que claramente tem seus limites", afirma ele. Ele acredita que, no entanto, a tendência é que essas operações cada vez mais voltem a ser vendidas para os investidores institucionais, que aceitam prazos e volumes maiores. "Estou muito otimista com o mercado de dívida externa no segundo semestre para o Brasil", disse Peebles.